sexta-feira, 13 de julho de 2012

A SOCIEDADE FEUDAL

Senhores e Vassalos
     O vassalo é um senhor mais ou menos fraco, que por obrigação ou interesse vincula-se a um senhor mais forte, a quem promete fidelidade. Essa promessa tem por objeto um contrato que determina as obrigações recíprocas. O senhor promete ao vassalo proteção e sustento. Em troca o vassalo deve ao senhor um serviço militar, assistência política e jurídica, às vezes serviços domésticos , gestos de diferença em qualquer circunstância e em alguns casos ajuda pecuniária. Na França esse auxílio pode ser concretizado de quatro formas: resgate, partida para a cruzada, casamento da filha mais velha e ordenação na cavalaria do primogênito do senhor.
     O sistema feudal com efeito, é edificada  por uma pirâmide em que cada senhor é vassalo de um senhor mais poderoso. No topo encontra-se o rei, que procura afastar-se cada vez mais do sistema, na base estão os menores dos vassalos, os subvassalos, personagens que os romances de cavalaria apresentam como modelos de lealdade, amabilidade e sabedoria. Entre os dois extremos há uma hierarquia  de grandes e pequenos barões, desde condes e duques até os proprietários de pequenos castelos. O poderio de um senhor mede-se pela extensão de suas terras, o número de vassalos e o porte de sua ou suas fortalezas.
 
  O senhorio, cenário da vida cotidiana
    O senhorio é o conjunto das terras sob as quais o senhor – seja qual for sua força ou poder – exerce  os direitos de propriedade e soberania. Representa a entidade política rural. Há senhorios de todas as dimensões e de todas as formas, o típico é a castelania, que apesar de sua área relativamente reduzida, é bastante para englobar vários feudos necessários à sua proteção. Ducados, condados e grandes feudos eclesiásticos são divididos em certo número de castelania. A geografia feudal caracteriza-se por uma mente a um único proprietário em virtude da variedade de aquisições (heranças, doações, compras, conquistas) e da necessidade de se produzir ali mesmo quase tudo o que é preciso para a sobrevivência do senhorio.
    Exceto alguns pequenos feudos que o senhor pode doar a seus cavaleiros armados, o senhorio está dividido em duas partes: as concessões e a reserva. As concessões são pequenas porções de terra arrendada pelo senhor a camponeses, que em troca lhe devem uma parte de sua produção (paga in natura ou em dinheiro, conforme as modalidades extremamente variáveis de uma região à outra) e a prestação de serviços nas terras do senhor, a chamada corvéia (lavoura, colheita, vindima, transporte). A reserva é o domínio diretamente explorado pelo senhor. Ela compreende o castelo e suas dependências, terras aráveis na corvéia, pastagens, bosques e rios sobre os quais todos os habitantes possuem direito de uso relativamente amplos.

Servos e Vilões
    Os camponeses que usufruem de concessões dividem-se juridicamente em dois grupos: os vilões e os servos.
     O vilão goza de completa liberdade pessoal, embora dependa politicamente do senhor, tem direito a circular livremente, morar onde quiser e às vezes até mudar de senhorio.
     O servo, ao contrário está preso ao solo, privado de certas capacidades e sujeito a maiores encargos. Paga impostos mais pesados que os devidos pelo simples vilão; não pode testemunhar num processo contra um homem livre; entrar no clero ou beneficiar-se plenamente dos bens comunais. Sua condição, porém, é diferente da dos escravos da Antigüidade; ele goza de uma certa personalidade jurídica e pode possuir um patrimônio; o senhor que lhe deve justiça e proteção, não pode matá-lo, espancá-lo ou vendê-lo.

O Povo das Cidades
     As cidades geralmente não passam de aldeias ampliadas. No entanto, a partir do século XI verifica-se em todo o Ocidente um inegável crescimento urbano, em decorrência da retomada do comércio e das atividades de troca, de indústria. As cidades passam a atrair novos contingentes de população, adquirem importância, ampliam suas muralhas e os habitantes começam a tolerar cada vez menos a autoridade e os direitos exercidos pelo senhor.

O Ritmo da Existência
“Morte que toma de repente os que pensam viver longamente [...]
Morte que não te cansa de rebaixar as coisas altas [...]
Quantas vezes colher o filho antes do pai, a flor antes do fruto [...]
E subtrais à juventude, aos vinte e oito ou trinta anos , quem se julgava na melhor  idade...”  (Hélinant de Froimont, Les vers de la mort)
     A mentalidade do homem medieval é particularmente sensível ao ciclo dos dias, das festas e das estações, à permanência das esperas e dos recomeços, assim como ao lento e implacável envelhecimento. Tudo está, ao mesmo tempo, em marcha e em suspenso.
     O tempo, tanto para o camponês, quanto para o cavaleiro  não passa mais do que uma experiência concreta. Cabe apenas ao clérigo a contagem precisa dos dias.
     O “calendário da vida rústica cotidiana” foi freqüentemente representado nos pórticos das grandes catedrais francesas – Chartres, Paris, Reims, Saint Denis, Seinlis – por escultores da época. Esse calendário da vida rústica em que cada mês é ilustrado por uma atividade:
Janeiro: Mês da festa e da comida;
Fevereiro: Mês do repouso, em que se permanece no interior da casa, sentado diante do fogo;
Março: Reinicio dos trabalhos agrícolas / amanha-se a terra e poda-se as videiras;
Abril: O mais belo mês do ano, o da renovação, representada por um buquê de flores nas mão de uma menina;
Maio: O do senhor, que parte para a caça ou para o combate, montado em seu mais belo cavalo;
Junho: Reservado à ceifa;
Julho: Reservado à colheita;
Agosto:  Reservado à debulha do trigo;
Setembro e Outubro: São os meses da vindima, o segundo sendo também o da semeadura.
Novembro: Faz-se a provisão de madeira para o inverno e se põe a engordar o porco, que será morto em dezembro, quando se começam a preparar novamente as festas de Janeiro.

Como se media a passagem do tempo?
     Alguns conventos possuem relógios hidráulicos, semelhantes às antigas clepsidras, trata-se de um instrumento frágil, usa- se, portanto, mais comumente o relógio solar, e para intervalos menores de tempo usa- se a ampulheta. À noite, velas eram utilizadas, os livros nos ensinam que três delas eram consumidas neste período.

Engenhos de Guerra

    Os cruzados que voltaram do Oriente trouxeram novas técnicas de batalha, as mais notáveis são as catapultas e o aríete, este último bastante representado nas iluminuras, mas pelo que se sabe foram raras as vezes em que foi utilizado.

 
As Catapultas
    Estes engenhos de batalha são classificados em : engenhos à mola e engenhos a pêndulo. Os primeiros são catapultas de grandes proporções, impossíveis de se construir no local, utilizadas para arremessar balas de ferro, rochas e lanças incendiárias. Os segundos são catapultas menores, construídas no local por carpinteiros e utilizadas para arremessar pedras, substâncias incendiárias e até mesmo corpos em decomposição para espalhar epidemias.

O Aríete
    Este engenho de guerra consitui uma de viga de madeira com cerca de dez metros de comprimento acionada por dezenas de homens com o objetivo de destruir muralhas.

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