sexta-feira, 13 de julho de 2012

Invasões e Vassalidades

A queda do Império Romano foi causada por uma série de problemas internos que fragilizaram o Império e o colocaram à disposição de invasões de outros povos.
INVASÕES
Ø     Quem são os povos invasores; e de onde vêm?
Na primeira fase os bárbaros em uma confederação de suevos, vândalos e alanos, bárbaros com suas comunidades primitivas de povos germânicos.
Os Francos habitavam a Bélgica contemporânea antes de partirem para o sul em direção a Gália do Norte. Os Anglos e os Saxões localizavam se nas costas do Norte da Alemanha, em frente à Inglaterra; os Lombardos concentravam-se na Baixa Áustria antes de invadirem a Itália, nas fronteiras romanas circundando todo o Império, do Norte da Europa, os Burgúndios habitavam a região da Romênia, os Vândalos e os Lombardos a Europa Central e os Ostrogodos e os Visigodos habitavam as Planícies Russas e não existindo entre eles uma unidade territorial. Suas religiões eram pagãs.
Eram firmes as colonizações armas nas migrações francas e anglo-saxônicas, tendo a Gália setentrional como posto evoluído com último exército do campo romano.
Ø     Quando invadem; e onde se instalam?
As invasões ocorreram em duas séries:
A primeira na noite de inverno de 31 de dezembro de 406, percorrendo o Reno gelado, os suevos, vândalos e alanos. Penetrando pelo Ocidente Romano. Após duas décadas os vândalos tomaram Cartago, em 439.Um sistema rudimentar foi instaurado, os burgúndios na Savóia, os visigodos na Aquitânia. Na Segunda série sob as ordens de Alarico em 4s10, os visigodos saquearam Roma, um mesmo sistema rudimentar também foi instaurado nesta segunda série de invasões, tendo os vândalos no Norte da África e os ostrogodos na Itália.
Instalando-se finalmente cada povo bárbaro, os visigodos viajaram dos Bálcãs para a Espanha, os ostrogodos, da Ucrânia para a Itália; os vândalos, da Silésia à Tunísia; os burgúndios, da Pomerânia a Savóia. Sabe-se que o único número confiável de germânicos era das primeiras invasões, ou seja, a comunidade vândala, os germanos no sul da França, Espanha, Itália e África do Norte eram limitadas em números, devido ao longo itinerário. 
As cidades declinavam e o campo permanecia intocado pela primeira onda de invasões, exceto a desordem de guerras externas e civis, não alterando as fronteiras lingüísticas entre o mundo latino e teutônico.
Há poucos vestígios das duas fases de instalações, apenas mais ao norte da cantábria. A segunda fase de invasões que marcou e/ou traçou o mapa do feudalismo ocidental, com a conquista dos francos da Gália, a ocupação anglo-saxônica da Inglaterra, o assalto Lombardo à Itália. O processo de aliança entre germânicos e romanos ocorreu de forma lenta e gradual, surgindo um sistema agrário.
Os vândalos criaram um Estado na África tornando uma autocracia da mais cruéis, confiscando parte das terras dos romanos, criando um estilo de vida em suas aldeias baseado nas suas tradições, leis e normas sociais.
O modelo de colônia Anglo Saxônicas era o oposto das colônias romanas, esses mesmos invasores abriram enormes florestas e pântanos.  A segunda onda de invasões assinalava o fim das leis e administrações dualista. Mesmo com as substituições dualistas, as formas imperiais romanas, não conseguiram nenhuma fórmula política nova.  Acredita-se que o feito positivo dos bárbaros tenha sido a conquista da própria Germânia.         

VASSALIDADE

Ø    O que é o Tratado de Vassalagem?
O Tratado era um meio de apoio aos nobres, mantendo um vínculo de lealdade. Necessário ser cristão, laços de amizade, colocando o outro acima de tudo. Através do juramento, os senhores garantiam o cumprimento das obrigações vassálicas.
É muito importante o seguimento imediato do juramento de fidelidade à homenagem, gerando assim o contrato, onde ambos (homengaem-fidelidade), e terminantemente importante para a formação do contrato vassálico, na França, Alemanha e também na Alemanha.  Especificamente a fidelidade era o tratado que os vassalos faziam ao senhor. Sendo estes atos verbais, acontecia de ser redigidos uma documentação ressaltando a fidelidade e a homenagem. Uma da questão do tratado, era de que os senhores exerciam um certo poderio sobre seu vassalo. Os serviços de honra variavam entre régios e épocas. O contrato gerava obrigações tanto para o vassalo quanto para os senhores, deixando a cargo do senhor o sustento de seu próprio vassalo.
Jurando fidelidade ao seu senhor, era necessário estar atendo às palavras: “São e salvo, seguro, honesto, útil, fácil, possível”.
Poderia ser solicitado aos vassalos servirem com armamentos completos ou até mesmo com algumas das peças dos armamentos. Não existia relação de direitos entre o senhor e vassalo, tendo a regra formulada: “o vassalo do meu vassalo, não é meu vassalo”, tendo o vassalo ser obrigado a fornecer serviços de seus próprios vassalos ao senhor.

Ø    O que é o ritual de vassalagem? 

As relações vassálicas derivaram da dinastia carolíngia.
O ritual de vassalagem diferia de região para região, tomando sua forma de ser realizado, confirmando o compromisso de fidelidade por um juramento. Eram solenidades, e a validade está ao mesmo tempo ligada à forma de execução. A homenagem é o primeiro ato dessa solenidade e abrange dois elementos: o vassalo ajoelhado, de cabeça descoberta sem armas, diante do seu senhor, coloca sua mão juntas do seu senhor que as fecha juntas as do vassalo. O segundo elemento da homenagem é uma declaração de vontade e é feita em quase todas as partes, consiste no senhor pronunciar algumas palavras espontaneamente. Entre o primeiro e o segundo elemento da homenagem, o primeiro, o gesto das mãos é o mais importante. A declaração apenas verbal não basta para se criar direitos sobre coisas ou pessoas, é necessário um gesto material, em geral simbólico. O rito da homenagem significa uma auto-entrega, o gesto do senhor fechar suas mãos sobre as do vassalo é o de confirmação desta decisão.
A homenagem não devia ser realizada pela coação. Unidos pelo laço de vassalagem, criando um elemento importante para a sociedade feudal.
A Homenagem onde o vassalo coloca-se na dependência do seu senhor, desarmado e com as mãos entre as dele o que significava uma total subordinação ao seu senhor.
O Juramento de Fidelidade onde não se fazia nada  que  prejudicasse  seu suserano.
E a Investidura onde havia a entrega pelo suserano ao vassalo de um objeto, como uma lança ou um ramo simbolizando a concessão do feudo. Claro que  esses eram um dos rituais de vassalagem. Não era permitido violar o juramento.
Houve uma homenagem ao Conde de Flandres onde o mesmo perguntou ao futuro vassalo: “Quer ser meu homem?” Onde este respondeu: “quero”, estando suas mãos apertadas à do conde, uniram-se em um beijo, fazendo o vassalo um compromisso de fidelidade, jurando também sobre as relíquias dos santos. O ritual é a entrega de si próprio, sendo enfraquecidos na segunda metade do século XII.
Ø      Marc Bloch (1886-1944) caracterizou o espírito medieval por uma “vasta indiferença ao tempo”.
Temos que ser capazes de caracterizar as duas etapas, na primeira houve um grande deslocamento e difícil devido ao transporte das tropas, que eram pequenas, dificuldade de conquista foi grande. Alarico foi formando suas tropas na trajetória. Na segunda, existiam tropas pequenas, mas bem preparadas, por ser em pequeno número.

O império romano sofrera as invasões por ser vulnerável, fragilidade das fronteiras, esses invasores viviam nos contornos do império, a falta de exército, soldados próprios, seu exército era formado pelos próprios invasores da primeira fase que já viviam lá.
A segunda fase, vieram os invasores de fora, reivindicavam cobrança de impostos, abertura de estradas, quando a igreja impôs a religião, houve conflitos com os povos, que aceitavam pagar impostos, mas não admitiam opinião em sua religião. devemos ressaltar que a religião gera  mais conflitos que a própria política em Roma. Assim as revoltas se intensificam.
Roma não consegue dominar os invasores.  O império perde a força, deixa de existir. A Europa passa a ter aldeias isoladas com castelos, com a chegada dos invasores, instituem os reis francos, visigodos, ostrogodos. Não existe mais cidades, com essas aldeias isoladas, surgem os senhores feudais, que passam a dividir as terras em feudos.
Conclusão sobre a Vassalidade.
O contrato feudo-vássalico
O contrato de vassalagem proveniente da dinastia carolíngia em sua fase germinal, constituía da homenagem onde o senhor feudal pergunta a seu vassalo se ele quer "ser seu homem" (homem de confiança, fiel). É o ato de tornar-se vassalo. Para ser um vassalo era preciso ser fiel. Contrato instituído entre o senhor feudal e seu vassalo, onde em troca de fidelidade, alguns serviços domésticos e proteção por parte do vassalo, enquanto que o senhor feudal, tinha direitos sobre seu vassalo e deveria provir de sustento.
Existia o beijo no rito ou homenagem (Espanha), existia a investidura que era a passagem do senhor feudal, colocavam-se as mão sobre uma flor de Liz (ramo), ou sobre relíquias religiosas para concretizar este ato. O verdadeiro vínculo era a amizade que nascia nas relações fortalecidas pelos cavaleiros, esses eram tidos como os melhores vassalos. Por terem linhagem, serem fieis em amizade, característico para ser tornar um vassalo.
Os trabalhadores que seguiram para as cruzadas, em sua volta poderiam seriam fortes candidatos a vassalo, por sua valentia e bravura. Quem tinha parentesco com o rei, duque, conde tinha mais chance de se tornar vassalo. Ressaltamos que os senhores feudais eram nobres e que na segunda idade feudal os cavaleiros saíram fortalecidos como vassalos. Um bispo poderia ser vassalo do rei. 
BIBLIOGRAFIA: INVASÕES, Anderson, Perry. “Passagens da Antiguidade ao Feudalismo” 1982 (“As Invasões” págs., 108 – 122)  VASSALIDADEGANSHOF, F.L “O Que É Feudalismo?” 1976(“A Vassalidade”, págs., 95 – 140)

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