quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Características da Idade Moderna

IDADE MODERNA
A Idade moderna foi, essencialmente, um período de transição. Durante essa época confusa e contraditória, coexistiram resquícios do feudalismo com traços do nascente capitalismo. conviveram a intolerância, o fanatismo e o misticismo medie - vais, com o racionalismo e o espírito crítico e científico. O teocentrismo e o coletivismo feudais cediam lugar, lentamente,ao humanismo e ao individualismo burguês. Essa etapa registrou, na verdade,dois grandes movimentos de transformações; o primeiro deles é o que ocorreu em nível de estrutura socioeconômica das sociedades européias, nas quais se verifica a passagem do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista; o segundo é assinalado pela expansão marítima, comercial e colonial européia, com os grandes descobrimentos e o início de um processo de europização do mundo. Essas transformações econômicas e sociais e seus reflexos no plano político e cultural-ideológico caracterizam a Idade Moderna como uma fase de transição do feudalismo para o capitalismo.
 A REVOLUÇÃO COMERCIAL
 Representou um conjunto de transformações socioeconômicas que assinalaram a passagem da economia feudal (agrária, auto-suficiente, natural, estática,natural e voltada para o consumo) para a economia capitalista(mercantil,de trocas, monetárias, dinâmicas, urbanas e voltada para o lucro). A Revolução Comercial caracterizou a etapa de formação do sistema capitalista. Na fase do capitalismo comercial, to - das as atividades econômicas passaram a se desenvolver em função do mercado, e o comércio se tornou a mola propulsora do progresso econômico. As transformações dessa fase atingiram, principalmente a esfera da circulação de riquezas, mas o acúmulo de capitais e a expansão dos mercados ocorridos ao longo dessa etapa criaram as condições básicas para a eclosão da Revolução Industrial, no século XVIII, e para a consolidação do modo de produção Capitalista, baseado no trabalho assalariado.
Cracterísticas do "Capitalismo Comercial"
Acumulação Primitiva de Capital;
Transição do trabalho servil para o trabalho assalariado;
Desenvolvimento das manufaturas e gradual eliminação dos entraves corporativos (decadência das corporações de ofício);
Apropriação gradual dos meios de produção pela burguesia;
Desenvolvimento do crédito,(sistema bancário,mecanismos financeiros,seguros, cheques,companhias por ações e sistemas financeiros nacionais).
Expansão marítima e comercial da Europa;
Formação de impérios coloniais onde foi reintroduzido o trabalho escravo;
Crescimento extraordinário do comércio, com a formação de um mercado de proporções mundiais; Enorme fluxo de riquezas para a Europa; " Revolução dos Preços ".
A Expansão Marítima e Comercial da Europa
Fatores estruturais.
As origens da Revolução Comercial se encontram nas transformações ocorridas  na Europa a partir da Baixa Idade Média,com o progresso econômico,o renas cimento comercial e urbano, a formação da burguesia, etc.
A crise do século XV foi um fator determinante da expansão marítima e comercial, pois trouxe a necessidade de criar novos mercados fornecedores e consumidores, que dinamizassem a economia européia;
 A falta de metais preciosos para cunhar moedas de circulação geral também impedia a expansão do comércio e do nascente capitalismo;
 Os progressos técnicos foram fundamentais para possibilitar as grandes navegações: bússola, astrolábio, pólvora, aperfeiçoamento da caravela, utilização da vela latina,etc. O proselitismo religioso não pode ser desprezado como fator que influenciou a expansão européia, considerando as características ideológicas daquela época;
A centralização política, com a formação das Monarquias Nacionais e do Esta do Moderno foi uma condição básica para a expansão marítimo - comercial.
Fatores Conjunturais no final da Idade Média, o eixo econômico do mundo era oMar Mediterrâneo, controlado pela cidades italianas, que monopolizavam o comércio de especiarias com Constantinopla e outros centros do Mediterrâneo Oriental;
A burguesia portuguesa ,aliada à coroa, procurava romper o monopólio dos genoveses e venezianos no comércio de produtos orientais. A tomada de Constantinopla pelos turcos (1453), praticamente estancou o comercio de produtos orientais no Mediterrâneo, estimulando os esforços portugueses para encontrar uma nova rota para as Índias.
Motivos do Pioneirismo português nas Grandes Navegações Tradição comercial e existência de uma burguesia interessada em participar dos lucros provenientes do comércio de especiarias. Experiência na navegação, já que a economia portuguesa estava, de certa for- ma, voltada para o mar (sal,pesca,comércio, etc.). Herança cultural dos árabes, que ocuparam a Península Ibérica por longo  período,  introduzindo técnicas importantes, que os europeus desconheciam.
Posição geográfica favorável, voltada para o Atlântico. Estímulo aos estudos náuticos, através da Escola de Sagres, que atraía para Portugal  navegadores,  cartógrafos, astrônomos, etc.
Centralização política precoce, com a ascensão da Dinastia de Avis (1385), o que foi fundamental para a realização da empresa das navegações. Momentos Significativos das Grandes Navegações Portugal: realizou o "cíclo oriental" das navegações, promovendo o "Périplo Afri- cano". A expansão portuguesa teve início com a tomada de Ceuta (1415),rica cidade comercial do norte da África. Em seguida, os portugueses atingiram as ilhas atlânticas (Açores,Madeira) e exploraram, paulatinamente, o litoral africano. Espanha: realizou o "ciclo ocidental" das realizações, considerando a esfericidade da terra. Envolvidos na luta pela expulsão dos árabes, os espanhóis só começaram sua expansão em 1492. Inglaterra,França e Holanda: somente reuniram condições para realizar a expansão marítima a partir do século XVII.
 Conseqüências das Grandes Navegações
 Mudanças do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico. - Gigantesco crescimento do comércio internacional, com o aumento da circulação de mercadorias, do volume de trocas, etc. - Expansão dos mercados, com a formação de uma rede de comércio em escala mundial, integrando a economia européia com a dos outros continentes. - Afluxo de riquezas, metais preciosos e novos produtos para a Europa,provenien- tes do comércio e da exploração colonial. - Formação de impérios coloniais, onde foram implantadas estruturas econômicas e sociais voltadas para atender aos interesses e necessidades do capitalismo nas centes nas metrópoles européias. - Acúmulos de capitais nas mãos da burguesia européia. - Fortalecimento das Monarquias Nacionais (Estados Modernos Absolutistas). - Início de um peocesso de difusão da cultura européia e do cristianismo. - Revolução nos conhecimentos técnicos e científicos. - Ascensão de Portugal e Espanha à condição de potências européias da época. O MERCANTILISMO CONCEITO Conjunto de práticas e teorias econômicas adotadas pelas monarquias nacionais européias durante a Idade Moderna. O Mercantilismo foi a política econômica típica da fase do capitalismo Comercial. A doutrina mercantilista basea- va-se no conceito de "inelasticidade do mercado", conciliando uma visão estática da economia com uma concepção mobiliária da riqueza. Condicionava o desenvol - vimento das atividades econômicas em função do comércio, que seria a principal fonte criadora da riqueza. OBJETIVOS O Mercantilismo consistiu num sistema de intervenção governamental para pro- mover a prosperidade nacional e aumentar o poder do Estado. As medidas mercan - tilistas visavam, em última instância, ao fortalcimento do poder real e ao enriqueci- mento da burguesia através do acúmulo de capitais.
 EVOLUÇÃO DO MERCANTILISMO:
Teve suas origens no sistema corporativo das cidades medievais. - Sua evolução esteve intimamente ligada ao desenvolvimento das monarquias na - cionais européias. - Assim como o Absolutismo, teve seu apogeu ao longo do século XVII. - Entrou em crise a partir do século XVIII, sofrendo críticas das novas doutrinas econômicas ligadas ao Capitalismo Industrial: a Fisiocracia e o Liberalismo.
CARACTERÍSTICAS DO MERCANTILISMO
Dirigismo estatal: O governo controlava todos os ramos da atividade econômica e neles interferia, participando, muitas vezes diretamente, dos empreendimentos comerciais.
Metalismo: a prosperidade de um país estava vinculada à quantidade de metais preciosos existente dentro de suas fronteiras. Manutenção de uma balança comercial favorável: O valor das exportações de- veria ser sempre superior ao das importações, de modo que o saldo promovesse a entrada de metais preciosos no país.
Protecionismo: o governo estimulava as exportações e criava barreiras alfandegárias para dificultar as importações. - Paternalismo Estatal: o Estado procurava favorecer a indústria, pois os produtos  manufaturados eram os que proporcionam maiores lucros, por outro lado, impedia  a exportação de matérias-primas que pudessem beneficiar as manufaturas de outros países.
Monopolismo: o governo mantinha o monopólio de determinadas atividades econômicas, arrendando sua exploração de maneira a maximizar os lucros e aumentar a capacidade tributária.
Colonialismo: a política econômica mercantilista dava bons resultados quando aplicava dentro do contexto colonial, o que levava as metrópoles européias a buscar colônias ricas em metais preciosos ou produtos tropicais que pudessem ser comercializados no mercado europeu.
SISTEMA COLONIAL MERCANTILISTA
De acordo com o "Pacto Colonial", as colônias deveriam complementar a economia da metrópole, produzindo o que ela necessitasse, além de produtos tropicais que pudessem ser revendidos com lucro no mercado europeu. A colônia, por outro lado, estava proibida de produzir tudo aquilo que pudesse competir com a produção da metrópole, ou prejudicar sua posição de intermediária no fornecimento para o mercado colonial. A metrópole tinha o monopólio das atividades comerciais com suas colônias, estipulando preços mínimos na compra dos produtos coloniais e preços extorsivos na venda de artigos manufaturados que a colônia importava. Em  síntese,  o papel  das colônias era promover o acúmulo de capitais nas metrópoles através da manutenção de uma balança favorável e da pressão tributária metropolitana.
METRÓPOLE _______________ COLÔNIA
Exportação de escravos e manufaturados
COLÔNIA __________________ METRÓPOLE
Exportação de produtos tropicais e metais preciosos.
 TIPOS DE MERCANTILISMO
A doutrina mercantilista, de um modo geral, estimulava o desenvolvimento agrícola e manufatureiro, buscando a auto-suficiência e a produção de excedentes para a exportação. Embora os objetivos e os princípios básicos fossem, praticamen- te, os mesmos, cada país procurava adaptar a teoria mercantilista às suas peculiaridades e/ou ao tipo de colônias que possuísse e pudesse explorar.
PAÍS TIPO CARACTERÍSTICAS
Espanha Bulhonismo
Baseado na exploração de metais preciosos nas colônias americanas.
França Colbertismo
Estimulou o desenvolvimento das manufaturas, produzindo artigos de luxo que eram exportados para a Espanha e outros países.
Holanda Comercialismo Realizado através da intermediação comercial e do tráfico negreiro,que se tornou possível graças a uma po- derosa frota naval.
Inglaterra Comercialismo
Foi o primeiro país europeu a desenvolver, de maneira conseqüente, um  Industrialismo  política  mercantilista.O mercantilis- mo inglês,vinculado a um precoce desenvolvimento comercial e manu fatureiro,atingiu seu apogeu em meados do século XVII (1651)com Cromwell.
comercialismo:
* Praticado na fase do comércio de especiarias com o Oriente.
 * Desenvolveu grandes plantações Portugal de produtos tropicais(açúcar,algo- "Plantation dão,etc.) em suas colônias,cuja produção,baseada em trabalho es- cravo,estava voltada para atender o mercado europeu. Metalismo
 * Adotado durante o ciclo do ouro no Brasil,procurava canalizar o metal para a metrópole através de medidas tributárias e de reforço do monopólio sobre o comércio colonial.

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