domingo, 9 de outubro de 2011

DESAFIOS DO MUNDO ATUAL

DESAFIOS DO MUNDO ATUAL
            Com cerca de 6 bilhões de habitantes, o planeta Terra enfrenta inúmeros desafios. Para encerrar nosso estudo, convidamos você a discutir alguns temas que caracterizam o nosso tempo. Aproveite a oportunidade para pensar que mundo você deseja ter.
 A globalização da economia
A partir do início da década de 1980, a economia mundial iniciou um processo de globalização. Por esse processo, diversos setores da atividade econômica passaram a integrar-se, ou seja, a atuar em conjunto no mundo inteiro.
Vamos ver algumas características da globalizada economia.
Grandes empresas, com filiais e instalações em diversos países, passaram a unificar suas atividades. Por exemplo: uma grande empresa automobilística, em vez de fabricar modelos diferentes para cada país em que atua, passou a desenhar modelos de carros mundiais, ou seja, que são vendidos no mundo inteiro. Em geral, cada carro é fabricado num determinado lugar e exportado para outros países. O objetivo é racionalizar a produção e diminuir os custos.
Outro traço da globalização: a transferência de fábricas. Empresas multinacionais instalam suas fábricas em países onde as condições — impostos, custo da mão-de-obra, proximidade dos grandes mercados — são mais favoráveis. A partir da década de 1980, os países do Sudeste Asiático tornaram-se alvos prediletos desse processo. Começaram a aparecer cada vez mais produtos — tênis, por exemplo — com etiquetas: made in China, made in Taiwan, made in Singapore, made in Indonesia, made in Malaysia, made in Hong Kong, etc.
Empresas dos Estados Unidos, Japão e alguns países da Europa passaram a montar suas fábricas nesses países.
A transferência diária de bilhões de dólares de um país para outro é também um importante traço da globalização da economia. O dinheiro é transferido com grande rapidez, por meio de computadores ligados entre si ou por via telefônica. Os bancos procuram aplicar o dinheiro nos países onde os juros são mais altos. E, com a mesma rapidez com que aplicam num país, podem retirar o dinheiro aplicado se as condições políticas ou econômicas mudarem.
Mais um importante traço da globalização é a abertura do comércio exterior. Antigamente, muitos países procuravam impedir a entrada de produtos estrangeiros, pois acreditavam que eles desestimulavam a fabricação de produtos nacionais. Hoje isso mudou. A maioria dos países diminuiu os obstáculos à entrada de produtos do exterior. Com isso, os fabricantes locais procuram melhorar a qualidade de seus produtos e diminuir seus preços, a fim de poder competir com os produtos importados. O consumidor, por sua vez, tem maior variedade e, geralmente, preços mais baixos, além de qualidade cada vez melhor.
 A formação de blocos econômicos
Outro traço importante da globalização da economia é a formação de grandes blocos de países, os quais assinam acordos de comércio visando facilitar a circulação de mercadorias e também de pessoas entre suas fronteiras.
O principal e mais antigo bloco econômico é a União Européia. Foi criado em 1957 com o nome de Comunidade Econômica Européia (CEE). Esse bloco reúne quinze países europeus. Graças aos acordos estabelecidos entre os países membros, a maioria das mercadorias pode circular entre um país e outro sem pagar impostos. Também os agricultores são favorecidos, pois são garantidos preços mínimos para seus produtos em todos os países da União Européia. Cidadãos de um país podem entrar em outro país membro sem necessidade de apresentar nenhuma identificação. A partir de 19 de janeiro de 1999, onze países da União Européia passaram a adotar uma moeda única — o euro.
A União Européia compreende um mercado de cerca de 350 milhões de pessoas e inclui também aspectos políticos, sociais e culturais, além dos elementos relativos ao intercâmbio comercial.
Outro importante bloco é o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), que engloba os Estados Unidos, o Canadá e o México. Entrou em vigor em 1994 e reduziu as tarifas de mais de 20 mil produtos. Seu mercado engloba mais de 320 milhões de pessoas.
O Brasil também integra um importante bloco econômico, o Mercosul (Mercado Comum do Sul).
Os países do Sudeste Asiático, junto com os Estados Unidos, a Austrália e a Nova Zelândia, formam um bloco importantíssimo chamado Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico). Foi criado em 1993 e integra a maioria dos países do Sudeste Asiático e do Pacífico, representando cerca de 50% da produção econômica mundial.
 Benefícios e males da globalização
Se por um lado a globalização da economia traz vantagens — maior quantidade e variedade de produtos, reduzindo em geral seus preços, bem como facilidades no trânsito de pessoas entre os países —, por outro, ela tem efeitos negativos.
O primeiro efeito negativo que tem sido apontado é o desemprego. As empresas procuram concentrar sua produção no menor número possível de fábricas. Com isso, muitas instalações industriais são fechadas ou transferidas.
Os setores de serviços, por sua vez, não estão garantindo emprego a todos os trabalhadores demitidos das indústrias e do setor agrícola.
Segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) publicado em setembro de 1995, os desempregados na Europa atingiam 10,2% da população economicamente ativa. Em 1999, o Brasil era o 4? país do mundo com maior número de desempregados.
Mas mesmo com o alto índice de desemprego na Europa, a globalização favorece sobretudo as grandes corporações dos países ricos e mais industrializados. Nos países pobres, a globalização significa mais pobreza.
É devido em grande parte também à globalização da economia que se observa no mundo de hoje outro fenômeno: o da migração. Por não encontrarem trabalho em seus países, mais de 35 milhões de pessoas migraram do hemisfério Sul para o hemisfério Norte nas três últimas décadas do século XX.
 A era da informação
Ao lado da globalização da economia, outra característica importante marca a década que encerra o século XX: a era da informação, que consiste na transmissão rápida de dados para os mais diversos lugares do mundo e para o maior número possível de pessoas e empresas.
A era da informação caracteriza-se pelo uso cada vez mais intenso e amplo do computador, individualmente ou em rede (on-line).
Milhões de informações circulam hoje com enorme rapidez por meio de cabos telefônicos e de fibra óptica, interligando computadores de cidadãos e de empresas do mundo inteiro. Por isso, a palavra rede (net) tornou-se um dos símbolos do nosso tempo. Ela equivale a informação e comunicação. Redes de computadores ligam pessoas, empresas, instituições de pesquisa, escolas, etc.
 Internet, a rede mundial
A maior rede de computadores é a Internet. Ela surgiu nos Estados Unidos em 1969 com o nome de Arpanet e foi criada pelo Departamento de Defesa. Depois a rede foi aberta a todos os interessados, e o governo americano se afastou de seu gerenciamento. Com isso, ela cresceu muito e se estendeu a outros países. Atualmente, pessoas e empresas do mundo inteiro estão ligadas à Internet.
Em 1999, havia mais de 100 milhões de usuários conectados à rede. Para cada bebê que nascia, a rede ganhava quatro novos usuários. No momento em que você estiver lendo estas informações, centenas de milhões de usuários estarão conectados à Internet.
A Internet não tem dono, ou seja, ela não constitui uma empresa nem é gerenciada por um grupo de pessoas. Como os computadores que se ligam a ela usam linhas telefônicas, as empresas de telefonia de cada país concedem autorização a outras empresas ou a pessoas para que estas formem grupos e possam ligar-se à rede. As empresas autorizadas a receber interessados em entrar na Internet chamam-se provedores.
Quem está ligado à Internet pode comunicar-se com todos os outros usuários, no mundo inteiro. Basta ter o endereço. Na Internet, o endereço chama-se e-mail (e = eletrônico; mail = correio/endereço).
Universidades, museus, bibliotecas, fundações, empresas e pessoas criam programas pelos quais os usuários da Internet têm acesso aos riquíssimos acervos de obras de arte, às informações científicas, aos livros de bibliotecas, etc. As obras de arte, páginas de livros e informações escritas podem ser vistas na tela e também reproduzidas por meio de impressoras.
Uma variante da Internet é a Intranet, uma espécie de Internet de empresa. A Intranet é uma rede que conecta computadores de grandes empresas, permitindo que cada usuário em seu local de trabalho tenha acesso a informações de diversos departamentos da empresa situados em outras cidades, em outros estados e até em outros países.
Em 1999 entrou em funcionamento a Internet 2, uma modalidade mais avançada, que permite o tráfego de um volume muito maior de informações, a uma velocidade também muito maior. Inicialmente, essa rede estará conectando universidades e centros de pesquisa.
Informática e trabalho
Qualquer mudança tecnológica importante interfere em nossas atividades e até em nossos empregos. Mas de todas as mudanças que ocorreram na história da humanidade, certamente as provocadas pelo computador são as mais drásticas que já se verificaram. Isso porque nenhuma outra máquina até hoje foi capaz de substituir tão bem a atividade humana quanto o computador.
O computador traz vantagens enormes para a vida diária da maioria das pessoas, tornando-a cada vez mais prática.
Ao mesmo tempo, porém, milhares de funções na indústria, no comércio, nos bancos e, indiretamente, até na agricultura, executadas por mãos humanas, estão sendo substituídas por computadores. Assim, ao mesmo tempo que proporciona vantagens indiscutíveis no mundo inteiro, o computador está suprimindo milhões de postos de trabalho. Entretanto a própria indústria em torno da informática cria novos postos de serviço, apesar de em menor número.
 Computador, televisão e telefone
A era da informação está avançando a passos gigantescos em frações de tempo cada vez menores. Os avanços mais rápidos e mais significativos se dão no campo das telecomunicações, envolvendo a interligação não só de computadores, mas também da televisão e do telefone. Isso se dá com a instalação das chamadas infovias, grandes estradas digitais constituídas por cabos de fibras ópticas, capazes de transportar milhões de dados em frações de segundo e atendendo milhões de usuários no mundo inteiro.
Em nossa casa, num futuro bem próximo, a televisão, o telefone e o computador poderão estar interligados.
Outro passo será a circulação de dinheiro pelo computador, eliminando talões de cheque, cartões de crédito e a própria moeda. Será o e-money (dinheiro eletrônico).
Para onde vai nos levar a era da informação?
O computador, assim como tem acontecido com a máquina ao longo da história, pode transformar-se numa ferramenta que alivia a carga de trabalho, tornando a vida de cada um de nós menos dura e menos cansativa. Mas para isso é importante encontrar o equilíbrio entre a mente e a máquina.
 Superpopulação e fome
Desde o começo do século XX, a população do planeta vinha crescendo rapidamente. Mas a partir da Segunda Guerra Mundial esse crescimento se acelerou. A população mundial, que era de 2,5 bilhões em 1950, ultrapassou os 6 bilhões em 1999. Esse grande crescimento populacional recebeu o nome de explosão demográfica.
Entre os fatores que mais contribuíram para a explosão demográfica estão os seguintes:
·         melhoria nas condições de higiene e saneamento (água e esgoto canalizados);
·         progresso da medicina preventiva e curativa;
·         controle ou mesmo eliminação de doenças infecciosas, como a varíola, a peste e a cólera.
            Esses fatores favoreceram a diminuição da taxa de mortalidade infantil e o aumento da vida média das pessoas.
Entretanto, o aumento populacional não foi acompanhado por um desenvolvimento econômico que diminuísse as diferenças sociais. Resultado: em diversas regiões do mundo existem fome e miséria. Mais de 500 milhões de pessoas no mundo passam fome.
Os esforços de organismos como a FAO (agência da ONU encarregada de melhorar a produção agrícola) têm dado bons resultados, mas não são suficientes. Na Índia, por exemplo, uma verdadeira revolução verde foi conseguida graças à melhoria da qualidade das sementes e da assistência a pequenos agricultores. A produção de alimentos cresceu tanto que acarretou grandes excedentes. No entanto, em nenhum outro país do mundo existem tantos miseráveis e famintos quanto na Índia. Isso porque não basta produzir, sendo necessário fazer com que os que precisam se alimentar recebam sua cota.
Muitas vezes grupos poderosos, interessados apenas nos lucros, impedem que excedentes alimentares sejam vendidos a preços baixos entre os mais necessitados.
"Embora existam alimentos suficientes para todos, mais de 500 milhões de pessoas sofrem ainda de fome e de doenças e chegam até a morrer por serem demasiado pobres para comprar os alimentos que existem. Em alguns países acumulam-se montanhas de alimentos, enquanto em outros persistem a fome e a pobreza. Os obesos andam à procura de novas drogas para emagrecer, enquanto os mal-alimentados não têm remédios para as doenças mais corriqueiras. Paparicam-se muitos animais domésticos; existe uma poderosa indústria de alimentos para cães, gatos, cavalos, etc.; mas muitas crianças não recebem nem as vacinas obrigatórias." (Édouard Saouma, diretor-geral da FAO.)
Na África, continente onde a fome afeta milhões de habitantes, secas terríveis, numerosas guerras civis e técnicas inadequadas de cultivo têm contribuído para agravar a situação.
 Aids
Esse é, sem dúvida, um dos assuntos que, nos últimos anos, tem merecido mais espaço em revistas, em jornais, na televisão, em livros, nas campanhas publicitárias, etc.
Os primeiros casos dessa doença foram notados na Califórnia, Estados Unidos, em 1980. Alguns marinheiros manifestaram sintomas de uma doença desconhecida. O que os médicos constatavam era que o doente ficava sem defesa contra infecções, algumas até simples. Também alguns tipos de câncer se manifestavam com facilidade. E os doentes geralmente morriam devido às infecções ou devido ao câncer.
Pelo fato de atacar o sistema de defesa do organismo, ou sistema imunológico, a nova doença recebeu o nome de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (em inglês: Acquired Immunodeficiency Syndrome) .
Imediatamente, pesquisadores dos Estados Unidos e da Europa iniciaram investigações para descobrir o agente causador da doença. A primeira constatação foi que se tratava de um vírus. Era necessário isolá-lo e conhecê-lo. Isso foi conseguido em 1983 pelo pesquisador francês Luc Montagnier e por sua equipe do Instituto Pasteur, de Paris. O vírus recebeu o nome de Human Immunodeficiency Virus (HIV).
Os primeiros doentes portadores do HIV eram em grande parte homossexuais. Estudando um número cada vez maior de doentes, os pesquisadores verificaram que a doença se propagava sobretudo entre homossexuais masculinos. Concluíram também que o vírus era transmitido através de relações sexuais. Hoje, sabe-se que não há um grupo de pessoas que corra mais risco do que outro de contrair Aids. O vírus da Aids pode ser transmitido por meio de relação sexual sem preservativo, por transfusão sanguínea, pelo uso de objetos cortantes (lâminas, gilete, etc.) ou seringas infectadas, pela gestante ao feto durante a gravidez ou na hora do parto e pela mãe ao bebê durante a amamentação.
A Aids é um fenômeno mundial. Praticamente todos os países contam com grande número de infectados. Mas é na África, onde provavelmente a doença se originou, que se constatam os casos mais graves. Naquele continente vivem 70% dos portadores do HIV. Em Uganda, 29,5% das mulheres grávidas são portadoras do vírus. Em diversos países africanos, a incidência de infectados é maior entre mulheres: no Quênia, 80% dos infectados entre 15 e 18 anos são do sexo feminino. Em diversas grandes cidades da África, uma em cada três mulheres tem Aids.
Como não se descobriu ainda uma vacina para evitá-la, o número de portadores do HIV vem aumentando muito no mundo todo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, no início do século XXI serão mais de 40 milhões de pessoas com o vírus da Aids no mundo.
Nas aulas de ciências você receberá outras informações sobre a Aids.
A questão ecológica
A preocupação em promover a exploração adequada dos recursos naturais do planeta, com o reparo dos danos já causados à natureza, com a preservação do meio ambiente e com o combate à poluição, está presente hoje em todos os níveis da sociedade. Mas é sobretudo na escola que esta preocupação mais se faz necessária.
A consciência ecológica é uma das marcas do nosso tempo. Nas últimas décadas, um número cada vez maior de pessoas vem tomando consciência da necessidade de preservar o meio ambiente.
A preservação do meio ambiente é hoje também objeto de medidas por parte do governo da maioria dos países. Além disso, conferências mundiais são organizadas com o objetivo de definir políticas de alcance mundial na área ambiental. Uma das mais importantes conferências foi a Rio-92, na qual representantes de 150 países assinaram duas importantes resoluções: a primeira, destinada a tomar medidas para evitar o aquecimento do globo; a segunda, destinada a preservar espécies animais e vegetais.

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