quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A CIVILIZAÇÃO GREGA

            Você já deve ter ouvido falar na Grécia, um país europeu, situado na península Balcânica. Hoje, a Grécia é um país, mas na Antigüidade tinha uma organização bem diferente: constituía-se de pequenas cidades, as pólis, independentes umas das outras, com língua e religião semelhantes. Por isso, dizemos que havia, então unidade cultural, e não unidade política.
            E por que é importante conhecermos uma sociedade que viveu há tantos anos? Porque é lá que estão as origens do nosso pensamento filosófico e político, de nossa literatura, artes plásticas e ciência.
            Uma característica que certamente distingue os gregos de povos como egípcios e os mesopotâmicos: o poder, nessas sociedades, estava nas mãos dos reis e sacerdotes. Na Grécia, particularmente em Atenas, os cidadãos comuns tiveram um papel significativo na administração e no governo da cidade. Outra característica marcava os gregos antigos: enquanto outros povos atribuíam às divindades a responsabilidade por seus destinos, eles reconheciam e valorizavam a capacidade de realização do homem.
            Entre as cidades gregas, Atenas destacou-se como uma das mais importantes. Seu povo orgulhava-se e zelava por sua autonomia. Foi a sociedade ateniense quem lançou as bases da nossa civilização. A ela se deve a criação de um sistema de governo até hoje estudado e admirado como modelo de organização social e política: a democracia. E foi justamente neste ambiente democrático que se desenvolveu notável atividade artística e intelectual. Cabe ressaltar que essa experiência política grega, a democracia, vigorou somente os séculos V e VI a.C., e que o conjunto de cidadãos de uma pólis era muito pequeno, pois excluía mulheres, estrangeiros e um vasto número de escravos.
«           CONDIÇÕES GEOGRÁFICAS:
            As características geográficas tiveram grande influência sobre a história grega: seu relevo montanhoso dificultou enormemente as comunicações internas e facilitou a formação de inúmeras cidades politicamente independentes (cidades-estados). Já o vasto litoral facilmente navegável estimulou de modo extraordinário o crescimento da navegação e do comercio marítimo.
«           POVOAMENTO:
            Muitos foram as populações pré-históricas que formaram o povo a quem chamamos de gregos. Eles mesmos se denominavam de helenos e a sua terra de Hélade.
            O povoamento do território grego aconteceu como resultado de inúmeras invasões de povos de origem indo-européia, iniciadas por volta do século XX a.C. os primeiros foram os aqueus, que se estabeleceram entre 2000 a.C. e 1700 a.C., tornando-se sedentários e misturando-se com a população que ali já vivia. Após esse período vieram os jônios e os eólios. Por volta de 1100 a.C. aconteceu a invasão dos dórios, os últimos conquistadores da Grécia antiga.
«           PERÍODOS DA HISTÓRIA GREGA:
1) PERÍODO HOMÉRICO – Séc. XII ao VIII a.C.: Com a invasão dos dórios, a sociedade local retornou a uma forma de vida mais primitiva e rural. A base da economia passou a ser agrícola, não havia moeda e o pequeno comércio existente realizava-se na base da troca.
            Os poemas atribuídos a Homero, a Ilíada (descreve a guerra de Tróia) e a Odisséia (narra as aventuras de Ulisses (Odisseu) em seu retorno par sua terra natal), são as duas fontes disponíveis ao estudo deste período.
Nesta época, a sociedade passou a se organizar em génos (grandes famílias com antepassados comuns), onde cada génos era chefiado por um patriarca (pater). Entretanto, quando a população aumentou, a falta de alimentou pela escassez de solos férteis gerou conflitos que levaram à divisão dos bens e da terra. As terras, até então cultivadas coletivamente, deixaram de existir, dando lugar à propriedade privada. Desta foram, aumentaram as diferenças sociais; as melhores terras foram tomadas pelos parentes mais próximos do pater; outros, parentes mais distantes ficaram com quase nada; e ainda outros que não tinha vínculos familiares, foram marginalizados nessa sociedade tornando-se sem terras. Muitos dos que se enquadraram neste último grupo, tornaram-se escravos ou migraram para outras regiões do Mediterrâneo, dando origem a colônias gregas espalhadas pelo norte da África e sul da Europa.
2) PERÍODO ARCAICO – Séc. VIII ao VI a.C.: Para se protegerem os membros dos antigos génos se reuniram em frátrias, agrupando-se em tribos. As tribos estabeleceram-se nos locais mais elevados das terras erguendo muralhas e fortaleza, dando a este o nome de acrópole. Com o tempo, a acrópole além de centro militar, tornou-se também o centro religioso e de trocas, onde se realizavam as reuniões públicas. Nascia a cidade-estado grega ou pólis, como era chamada por seus habitantes.
            As pólis eram pequenas comunidades isoladas que possuíam como característica principal a autonomia política, isto é, cada uma tinha sua própria moeda, suas leis, costumes e governo. Em função disso, os gregos nunca chegaram a formar um Estado unificado, como o Império Persa, Egípcio ou Hitita. No entanto, todas as cidades-estados gregas estavam ligadas entre si por três elementos culturais: a língua, as crenças religiosas e os jogos olímpicos.
            A concentração de terras nas mãos de poucos, a marginalização social, a procura de novos mercados, a falta de alimentos, fizeram que ocorresse uma dispersão de gregos, que fundaram colônias na costa dos mares Mediterrâneo, Egeu e Negro.
3) PERÍODO CLÁSSICO – Séc. VI ao IV a.C.: Foi neste período de prosperidade das cidades gregas que se produziu obras que marcariam profundamente a cultura e a mentalidade ocidental. Também neste período que as cidades da Grécia antiga se envolvem em guerras desgastantes.
a) Guerras Médicas ou Greco-Pérsicas (séc. V a.C.): a sucessiva expansão territorial do Império Persa por meio de conquistas militares na Ásia Menor atingiu as colônias gregas nesta região ocasionando o conflito entre gregos e persas. A primeira guerra se deu na Batalha de Maratona (490 a.C.), onde os gregos sob o comando de Atenas venceram os persas. O segundo confronto foi dez anos depois, quando Xerxes, filho de Dario, investiu contra a Grécia (480 a.C.). Para se defenderam dos persas algumas cidades-estados gregas se uniram sob a liderança de Atenas e formaram a Liga de Delos, onde estas cidades se comprometeram a dar apoio financeiro a Atenas para organizar a defesa do território grego. Como os conflitos com os persas haviam acabado, os governantes de Atenas se serviram do dinheiro da Liga de Delos para embelezar a cidade e transformá-la num grande império marítimo comercial, tornando-se a cidade-estado mais poderosa da Grécia antiga. O apogeu de Atenas ocorreu entre 461 e 431 a.C., sob o governo de Péricles, desenvolvendo a democracia e o imperialismo ateniense em relação as demais cidades da Liga de Delos.
b) Guerra do Peloponeso (431 a 404 a.C.): foi um guerra de gregos contra gregos. Esparta cidade localizada na península do Peloponeso, viu-se ameaçada com o poder de Atenas na Liga de Delos e para garantir sua independência, aliou-se a outras cidades formando a Liga do Peloponeso. A guerra terminou pondo fim a hegemonia de Atenas e empobrecendo as demais cidades-estados.   Desunidas e isoladas pelas sucessivas guerras, as cidades gregas foram facilmente conquistadas por Felipe II, rei da Macedônia em 338 a.C., estabelecendo o domínio Macedônio sobre toda a Grécia.
4) PERÍODO HELENÍSTICO – Séc. IV a.C. ao II a.C: Felipe foi sucedido por seu filho Alexandre, que educado por Aristóteles, teve uma educação típica grega. Após consolidar as conquistas de seu pai sobre a Grécia. Lançou-se sobre o Oriente Próximo, em quase toda a sua totalidade, sob domínio persa. Estendeu seus domínios sobre as terras desde o Egito até a Índia, formando um dos maiores impérios que a história viu: o Império Macedônico. Além disso, fez difundir a cultura grega pelo oriente e a fusão de culturas deu origem a cultura helenística, este entrelaçamento cultural trouxe inúmeras contribuições a filosofia, as ciências e a arte.
            No séc. II a.C., os romanos em sua expansão territorial conquistam estas regiões, adquirindo ai, as bases culturais para a formação da Civilização Romana.
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