terça-feira, 19 de junho de 2012

INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA LATINA

Fim do sistema colonial
A partir de meados do século XVIII, o sistema colonial começou a enfrentar séria crise, decorrente da transformação econômica desencadeada pela Revolução Industrial nos países dominantes da Europa. Nesses países, o capitalismo deixava o estágio comercial e encaminhava-se para a etapa industrial.
Com a Revolução Industrial, a indústria foi substituindo o comércio na condição de principal setor econômico de acumulação capitalista. E o capitalismo industrial acabou entrando em choque com o sistema colonial (mercantilista), pois rejeitava as barreiras econômicas; impostas pelo monopólio comercial, assim como o regime de trabalho escravista.
·         Contra o monopólio comercial - donos de indústria tinham interesse em vender seus produtos a todos os mercados do mundo. Mas, para isso, era necessário haver mercados livres. O monopólio comercial impedia a liberdade de comércio, uma vez que somente a metrópole podia explorar o mercado da colônia.
·         Contra o trabalho escravo - o capitalismo industrial rejeitava a escravidão, pois, não recebendo salário por seu trabalho, o escravo não tinha condições de integrar o mercado consumidor. O capitalismo industrial defendia o trabalho assalariado para que se ampliasse o mercado consumidor.
Assim, com a evolução do capitalismo industrial, os impérios coloniais que Portugal e Espanha mantinham na América Latina estavam condenados ao desaparecimento.

INDEPENDÊNCIA DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS
Até início do século XIX, a Espanha detinha um vasto império colonial no continente americano. A região sob domínio espanhol dividia-se em quatro grandes vice-reinos e quatro capitanias:
·         Vice-reino de Nova Espanha (1535).
·         Vice-reino de Nova Granada (1718).
·         Vice-reino do Peru (1542).
·         Vice-reino do Prata (1776).
·         capitania de Cuba.
·         Capitania da Guatemala.
·         Capitania da Venezuela.
·         Capitania do Chile.
 Fatores que contribuíram para a independência
As contradições internas do sistema colonial e o avanço do capitalismo industrial não permitiram que o domínio espanhol sobre essa vasta região ultrapassasse o século XIX. Entre os fatores que contribuíram mais diretamente para a explosão das lutas pela independência nas colônias espanholas, destacam-se: a difusão do liberalismo, a ambição das elites coloniais, o domínio francês sobre a Espanha.
 Difusão do liberalismo
O pensamento liberal burguês, que influenciou a independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789), também se difundiu entre a elite colonial espanhola. Muitos dos ideais antiabsolutistas defendidos pelo liberalismo serviram de justificativa filosófica para a luta contra o domínio colonial da Espanha.
 Ambição das elites coloniais
Além das idéias liberal-burguesas, o que mais impulsionou a luta contra a Espanha foi a consciência da elite colonial de que seria bastante oportuno eliminar um "sócio incômodo", isto é, a coroa espanhola.
A metrópole espanhola impunha sérias barreiras ao crescimento da elite colonial: dificultava as transações mercantis; restringia o desenvolvimento de certos setores produtivos; entregava o comércio marítimo a um grupo de monopolistas privilegiados; confiscava para si parte considerável do excedente econômico produzido pelos índios.
 Domínio francês sobre a Espanha
A luta pela independência das colônias espanholas teve como causa política imediata a ocupação do trono espanhol por José Bonaparte, irmão de Napoleão. Empenhados na luta contra o governante francês, os espanhóis enfraqueceram a administração colonial. Aproveitando-se desse momento, a elite colonial deu início às lutas pela independência.
 As lutas pela independência
No período entre 1811 e 1828, diversas colônias da América espanhola foram conquistando sua independência por meio de revoltas emancipacionistas.
Entre os líderes das revoltas, destacam-se Simon Bolívar (1783-1830), considerado o libertador da Venezuela, da Colômbia, do Equador e da Bolívia, e San Martín (1778-1850), considerado o libertador da Argentina, do Chile e do Peru.
 O sonho de Bolívar: a unificação do continente
O general Simon Bolívar foi considerado, em sua época, um grande orador e escritor. Seu sonho era fundar na América do Sul uma grande confederação política, Pretendia construir a Grande Colômbia com os atuais territórios da Colômbia, do Panamá, da Venezuela, do Equador e do Peru. Mas seus planos de unificação política do continente fracassaram. Após a independência, uma série de guerras civis explodiram, separando as diversas regiões. Ainda em vida, Bolívar assistiu amargurado à fragmentação da idealizada confederação dos Estados sul-americanos.
 Interesses ingleses e norte-americanos
Entre os países europeus, somente a Inglaterra foi favorável às emancipações latino-americanas, pois desenvolvia a industrialização e tinha interesses em conquistar mercados nessa região.
Já no início do século XIX, os Estados Unidos revelaram suas pretensões de ter o continente americano sob sua influência política e econômica. Em 1823, lançaram, através de seu presidente James Monroe, uma doutrina que proibia qualquer país europeu de estabelecer colônias na América ou intervir em suas questões internas. O lema da Doutrina Monroe era "a América para os americanos". O que ela pretendia, na verdade, era a América para os Estados Unidos.

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