TEXTO PUBLICADO NO JORNAL IBIÁ: E O TEMPO LEVOU... (COLUNA LEITOR)

Vitor Hugo Garaeis

Professor de História,

Especialista em Ensino da História / Educação Patrimonial.

Esquecer ou não esquecer, eis a questão?

Mais do que nunca em nossos dias, as questões que giram entorno da memória e suas implicações emergem com relevância e urgência.

A pulverização dos marcos referenciais, dentre eles, valores e princípios sociais, assim como os bens culturais materiais e imateriais produzidos em sociedade no decorrer do tempo, seja o patrimônio edificado ou saberes, têm-se acelerado, ao menos que nos parece, nos últimos anos.

Frente a isso, tornam-se cada vez mais urgente o resgate por meio de ações destes referenciais, em especial aqueles que dizem respeito às esferas do saber fazer e do lembrar, instrumentos preciosos para uma sociedade que anseia vivenciar um presente consciente e projetar um futuro responsável a partir das experiências de seu passado vivido.

Assim, vale citar a relevância do importante trabalho realizado por grupos e entidades que se dedicam a causa preservacionista e que tem levado através de diversas forma o poder público a tomar medidas mais concretas no sentido de dar um lugar a memória da cidade e sua gente. Tais ações que vão desde tombamentos até a criação de novos espaços para guardar os “restos da memória” coletiva.

Contudo, nem sempre é unanimidade na opinião pública, mas ao menos é um passo importante na longa jornada da preservação patrimonial que ainda é necessária ser trilhada em nosso país. Pois, em nosso Vale do Caí temos ainda vários exemplos da indiferença a temática, onde a memória local é demolida, entulhada e perdida, seja ela material ou imaterialmente, não sendo mais possível encontrar o “como fazer” ou mesmo o “aqui jaz”, uma vez que as areias do tempo dragaram para o abismo do esquecimento tudo e todos, de onde não se tem mais lembrança, muito menos memória e nem se pode contar a história!