domingo, 15 de maio de 2011

Declínio da Idade Média

Começa no século XI, no período conhecido como baixa Idade Média. O aumento da população, o desenvolvimento do comércio e das cidades e a ausência dos senhores feudais em virtude das Cruzadas provocam o enfraquecimento dos feudos e o crescimento do poder dos reis. Surgem as monarquias feudais de caráter nacional, multiplicam-se as guerras e ocorrem epidemias e surtos de fome.
RENASCIMENTO DO COMÉRCIO

Feiras - Espécie de mercados periódicos, que se estabelecem em determinadas localidades, onde os mercadores realizam um comércio internacional. Organizadas geralmente uma vez por ano, constituem um grande acontecimento social, com festas e competições. Muitas delas dão origem a cidades.
Corporações de ofício - Associações obrigatórias, que controlam e regulamentam o processo produtivo artesanal, determinando qualidade, preço, quantidade produzida, margem de lucro e o aprendizado e hierarquia dos ofícios. Os mestres de cada ofício são os que detêm as ferramentas e fornecem a matéria-prima.
Guildas - Associações formadas entre as corporações artesanais para apoio mútuo e controle da regulamentação dos ofícios.
Hansa - Mercadores germânicos do litoral do mar Báltico agrupam-se em cooperativas mercantis a partir do século XI e desenvolvem um intenso comércio marítimo. O reflorecimento do comércio aumenta a circulação de dinheiro. Em 1259 Lübeck se une com as cidades de Hamburgo, Wismar e Rostock. Em 1358, para assegurar maiores vantagens comerciais, formam a Liga Hanseática, reunindo mais de 200 cidades.
RESSURGIMENTO DAS CIDADES

Aliança rei e burguesia - A monarquia encontra na burguesia e no comércio crescente entre as cidades uma fonte poderosa de recursos e incentiva as reivindicações dos burgueses contra os senhores feudais. Em troca, conta com o apoio da burguesia, que facilita a luta da monarquia para submeter os senhores feudais. Estabelece-se, assim, uma aliança entre o rei e a burguesia, que é decisiva para a constituição das monarquias nacionais européias a partir do século XIII.
MONARQUIAS NACIONAIS EUROPÉIAS
Formação do Sacro Império Romano-Germânico - Os reinos germânicos derivam do Império Franco dos carolíngios. Terminada a dinastia carolíngia, os duques da Fracônia, Saxônia, Suábia e Baviera fundam o Reino Germânico. Em 936 Oton I assume o trono e depois de derrotar os húngaros é sagrado imperador pelo papa João XII em 962. Começa então o Sacro Império Romano-Germânico (o I Reich), que duraria quase mil anos até 1806. Em 1273 é criada a Ordem dos Príncipes Eleitores, que passa a escolher o imperador. Um Habsburgo é o primeiro imperador eleito e volta-se para a expansão territorial. Em 1308 é substituído por um imperador da Casa de Luxemburgo. A partir de 1438 o comando do império passa a ser definido por meio da expansão militar e de acordos matrimoniais e hereditários. Com freqüência a Coroa do império é ocupada pelos Habsburgo.
Monarquia francesa - A dinastia dos Capeto se firma com Luís VI, o Gordo, em 1108. Os Capeto colocam o rei como chefe supremo de todos os feudos. Os vassalos dos senhores feudais passam a dever obediência a ele. A partir de 1285, Felipe, o Belo, consolida a monarquia. Sem filhos homens, Felipe morre sem deixar herdeiros e termina a dinastia dos Capeto em 1328. A Coroa passa à Casa de Valois (Felipe VI), mas é disputada também por Eduardo III, da Inglaterra, o que dá início à Guerra dos Cem Anos.
Felipe, o Belo (1268-1314), rei da França, filho de Felipe III, o Ousado, e Isabel de Aragão. Político realista e cuidadoso, cerca-se de legistas que extraem do direito romano a idéia da onipotência real. Chamado de "moedeiro falso", lança impostos sobre os bens eclesiásticos e impede a saída de recursos destinados à Santa Sé para fora da França. É excomungado pelo papa Bonifácio VIII.
Monarquia inglesa - Após a conquista do rei normando Guilherme, todos os vassalos passam a dever fidelidade ao rei. A sucessão desencadeia disputas que resultam em guerra civil. Em 1153, Henrique de Anjou, bisneto de Guilherme, o Conquistador, é reconhecido sucessor e ocupa o trono como Henrique II, dando início à dinastia dos Plantageneta. Henrique II reforça a monarquia e, em 1171, começa a conquista da Irlanda. É sucedido por seu filho Ricardo I, apelidado de Coração de Leão.
Ricardo Coração de Leão (1157-1199), terceiro filho de Henrique II, alia-se ao rei da França, Felipe II, contra seu pai. Ao tornar-se rei, renuncia à aliança francesa. Dos dez anos de seu reinado passa nove fora da Inglaterra, participando da 3ªCruzada. Em 1191 conquista Chipre. As intrigas entre o rei da França e seu irmão, João Sem-Terra, levam-no a deixar a Palestina. Ao retornar, é tido como prisioneiro pelo duque da Áustria, que o entrega ao imperador Henrique VI.
Magna Carta- É assinada em 1215 pelo rei João Sem-Terra, irmão de Ricardo Coração de Leão, por imposição dos senhores e bispos ingleses, descontentes com os abusos do soberano. Resulta da rebelião da nobreza, que obriga o rei a obedecer as leis antigas e garantir, por escrito, os privilégios dos barões.
PESTE NEGRA

A epidemia altamente infecciosa atinge a Europa por volta de 1347, quando chega a Gênova um navio italiano vindo do mar Negro com toda a tripulação morta pela doença. A peste, transmitida ao homem por pulgas de ratos, espalha-se rapidamente pela Europa Central e Ocidental e dizima a população da maioria dos países europeus. Apenas regiões muito frias, como o norte da Escandinávia, escapam da epidemia, porque ali os ratos não sobrevivem.A formação e consolidação de monarquias nacionais, subjugando os reinos ou principados feudais, decorre da necessidade de atender ao crescimento econômico, proteger o comércio, unificar taxas e leis, normatizar pesos e medidas e controlar a moeda. As monarquias nacionais começam com as tentativas de consolidação das monarquias feudais e resultam em numerosas guerras e conflitos.Tem por base os burgos, o crescimento destes como centros comerciais e o incremento da economia monetária, que propiciam a ascensão da burguesia e o início das relações de produção capitalistas. O ressurgimento das cidades é facilitado pelos senhores feudais, que lhes outorgam privilégios e liberdades, mas impõem o governador ou alcaide como seu representante.Ganha impulso com a evolução dos transportes, o incremento das manufaturas, o aumento da produção de metais e a criação de uma economia monetária. A partir do século XI, aumenta o número de mercadores que realizam o comércio a longa distância entre os territórios da Europa Central, a Escandinávia e o Oriente. O transporte naval ganha impulso com a construção de caravelas, permitindo a navegação em alto-mar. Para proteger as caravanas, são construídas praças fortificadas, ou burgos. Eles se multiplicam nas rotas de comércio e próximo aos castelos feudais.
GUERRA DOS CEM ANOS
Desencadeada por Eduardo III, da Inglaterra, a partir de 1337, contra a França, pela sucessão dinástica de Carlos VI. Com um exército eficiente, Eduardo estabelece alianças com as cidades flamengas e toma Calais em 1347. O Príncipe Negro, de Gales, filho de Eduardo III, captura o rei francês, em 1356, na batalha de Malpertuis. Em 1360, na Paz de Bretigny, Eduardo III renuncia à Coroa francesa em troca do reconhecimento de sua soberania sobre o sudoeste francês. Mas em 1369 Carlos V reinicia a guerra. A Inglaterra é forçada a abandonar o território francês, embora mantenha Bordeaux, Calais e Bayonne. Em 1415 reacende-se a guerra. Os franceses são derrotados por Henrique V e os ingleses ocupam a Normandia e Paris em aliança com a Borgonha. Em 1437 o rei francês Carlos VII reconquista Paris e, por meio de reformas administrativas e militares, recupera a Normandia em 1449 e toma Bordeaux em 1453 (mesmo ano da queda de Constantinopla), dando fim à guerra.
Joana d'Arc (1412-1431), filha de um casal de lavradores, nasce em Domrémy. Chamada de "a donzela de Orléans", aos 13 anos diz ouvir vozes divinas ordenando que salve a cidade, sitiada pelos ingleses. À frente de um pequeno exército, derrota os invasores, reacende o nacionalismo francês e conduz o rei Carlos VII a Reims, onde é coroado. Presa pelos borgonheses, aliados dos ingleses, é considerada feiticeira e denunciada a um tribunal religioso. Declarada herética, é queimada viva em Rouen, aos 19 anos. A Igreja Católica reconhece sua santidade e a beatifica em 1909. É canonizada em 1920.
GUERRA DAS DUAS ROSAS
De 1455 a 1485 as casas reais inglesas de Lancaster (rosa vermelha) e de York (rosa branca) travam a Guerra das Duas Rosas. Ricardo de York, o maior senhor feudal inglês, aspira ao trono e aprisiona o rei Henrique VI, mas é derrotado na batalha de Wakefiel, em 1460. Eduardo IV, de York, vence a batalha de Towton, em 1461, e ascende ao trono, sob a tutela do conde de Warwick. Mas este se alia aos Lancaster e devolve a Coroa a Henrique VI. Na batalha de Barnet, em 1471, Warwick, Henrique VI e outros membros da Casa de Lancaster são mortos. Em 1483 morre Eduardo IV e o trono é usurpado por seu irmão Ricardo III, após mandar estrangular os sobrinhos e herdeiros da Coroa. Mas o herdeiro conjunto das Casas de Lancaster e York, Henrique VII, desembarca em Gales em 1485, derrota Ricardo na batalha de Bosworth e funda a dinastia Tudor.
Fortalecimento do poder real - Nos períodos de guerra surge a necessidade de centralização do poder, até então disperso entre vários senhores feudais. No final da Idade Média, o poder real se encontra fortalecido e a nobreza feudal entra em declínio. Essa situação favorece a ascensão da burguesia.

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