Quando Colombo chegou à América, em 1492, não poderia supor que o continente fosse habitado de longa data. Na verdade vários povos e civilizações, em estágios diversos de desenvolvimento material, ocupavam essa vasta extensão de terras. Em sucessivas ondas migratórias iniciadas há cerca de 40 000 anos, povos provenientes da Ásia e da Oceania foram se espalhando por todo o continente americano.
Aos poucos, foram se fixando, adaptando-se ao meio e formando grupos diferenciados, que podem ser classificados, resumidamente, em sociedades de caçadores e coletores e sociedades agrárias.
Sociedades de caçadores e coletores
Espalhados por extensas regiões, esses povos praticavam a caça, a pesca e a coleta. Por vezes, desenvolviam uma agricultura rudimentar e nômade do milho, da batata-doce e da mandioca. Empregavam utensílios de pedra e madeira e desconheciam os metais. Organizavam-se em tribos ou confederações de curta duração. São exemplos dessas sociedades os aruaques e tupis-guaranis do Brasil, os caraíbas das Antilhas, os patagônios e araucanos do sul do continente americano e os iroqueses e sioux da América do Norte.
Sociedades agrárias
Possuíam alta densidade demográfica, eram materialmente desenvolvidas e rigidamente divididas em camadas sociais. Caracterizavam-se pela inexistência da propriedade privada. Todas as terras pertenciam ao Estado, que controlava a produção das aldeias, coordenando as obras coletivas como a construção de aquedutos, diques, fortalezas, templos etc.
Por terem alcançado tal estágio de desenvolvimento, as sociedades agrárias dominavam as comunidades vizinhas, das quais exigiam tributos e prestação de serviços. Esses serviços evoluíram para uma forma de trabalho coletivo obrigatório (a mita), realizado para a aristocracia dominante.
Apesar de desconhecerem a roda e o cavalo, estas sociedades desenvolveram técnicas agrícolas bastante eficientes, principalmente processos de irrigação, que tornaram férteis campos improdutivos. Embora desconhecessem o ferro, eram hábeis metalúrgicos trabalhando principalmente o cobre, o ouro e a prata, fabricando armas, ferramentas, utensílios e objetos de adorno.
Os maias do sul do México, Honduras e Guatemala, os astecas do planalto mexicano e os incas do Peru são exemplos de sociedades agrárias com culturas elaboradas. Na época dos descobrimentos, alguns desses povos atravessavam uma crise política, principalmente devido a revoltas de tribos subjugadas, o que diminuiu seu poder de organização e defesa diante dos invasores espanhóis..
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