sexta-feira, 30 de setembro de 2011

6º ANO: ROMA: CULTURA

 Por meio de conquistas militares, os romanos construíram um vasto império territorial que englobava diversos povos, dos quais assimilaram elementos que influenciaram sua cultura.
Dentre esses povos, destacaram-se os gregos, cuja arte teve grande influência na cultura romana. Costuma-se dizer que Roma conquistou a Grécia pela força de suas armas, e a Grécia conquistou Roma pela força de sua cultura.
Apesar da acentuada influência de outros povos, os romanos desenvolveram uma cultura original. Exemplo disso é o Direito Romano, que até hoje serve de referência para o sistema judiciário de muitas sociedades do mundo ocidental. Além disso, inúmeros idiomas modernos são derivados do latim, como o italiano, o francês, o romeno e o português.
Em resumo, Roma foi o último grande império do mundo antigo. Ela representaria uma síntese dessas diversas culturas ou uma sociedade diferente de todas as outras?
 A urbe romana
Roma era uma cidade organizada, com muralhas, túneis, templos, aquedutos, termas, anfiteatros, teatros, arcos, fóruns e muitos outros prédios públicos. Era uma urbe ("cidade" em latim) bem diferente da pólis grega.
Roma foi a cidade que atingiu maior concentração demográfica em toda a Antiguidade. No século II, ela contava com cerca de 1 milhão de habitantes, e o império Romano com aproximadamente 54 milhões. No centro desse império, Roma atraía gente de todas as regiões ocupadas, o que provocava constantes crises de moradia. A falta de espaço forçou a construção de casas de madeira e tijolo cru, de condições muito precárias. Muitas vezes, devido a isso, ocorreram grandes catástrofes provocadas por desabamentos ou incêndios.
 Política do Pão e circo
Durante o período Republicano, como vimos, verificou-se intenso êxodo rural em conseqüência das guerras de conquistas. Os pequenos proprietários que haviam perdido suas terras dirigiam-se às cidades procurando garantir sua sobrevivência.
Superlotadas, as cidades apresentavam muitas dificuldades, como a escassez de moradias e a falta de empregos, pois a maioria das atividades era realizada por escravos.
Sem meios para sobreviver, a população desocupada perambulava pela cidade. O governo, percebendo a possibilidade de revoltas, distribuía pão aos pobres e desempregados, além de oferecer gratuitamente grandes e brutais espetáculos. Todas as grandes cidades romanas contavam com um anfiteatro para a realização desses espetáculos.
Com essas medidas, o governo pretendia desviar a atenção da população, evitando a eclosão de revoltas e rebeliões. Essa política, conhecida como pão e circo estendeu-se também ao período Imperial. Nos espetáculos, às vezes, gladiadores profissionais lutavam entre si. A vida do derrotado dependia do público presente: se a maioria levantasse o polegar, ele viveria. se o virasse para baixo, seria morto. Outras vezes, gladiadores, criminosos ou seguidores de religiões perseguidas, como os cristãos, eram lançados a feras esfomeadas. Alguns espetáculos, principalmente em ocasiões comemorativas, prolongavam-se pelo dia inteiro e mesmo por dias seguidos.
O Coliseu, o principal anfiteatro de Roma, podia reunir mais de 80 mil pessoas. Na sua inauguração, conta-se que o imperador Tito sacrificou num só dia mais de 5 mil animais.
Desde o inicio do século II a.C., os romanos realizavam também espetáculos com feras. Neles, animais selvagens lutavam uns contra os outros: leão contra leão, leão contra pantera ou touro, tigres contra panteras, touros contra ursos e assim por diante.
 Os balneários
Atração popular das cidades romanas eram os balneários (casa de banhos). Nos maiores centros urbanos havia um para cada zona da cidade. Em geral, as pessoas freqüentavam os balneários na parte da tarde. Os cidadãos encontravam-se para tratar de negócios ou, simplesmente, para conversar.
O banho era um ritual longo. Passava-se por diversas salas de aquecimento progressivo, para provocar a transpiração. Um ajudante esfregava o corpo do banhista para, depois, ele descer para uma banheira quente. Finalmente, o banho terminava com a imersão em piscina de água fria. A pessoa nadava um pouco e, em seguida, saía da água para as mãos de um massagista que, com óleo perfumado, massageava-lhe todo o corpo. Nos dias de sol, os freqüentadores dos balneários estendiam-se no solarium para um banho de sol.
 Os trabalhadores da urbe
Em Roma, como nas demais cidades do império, existiam diferentes tipos de trabalhadores, como carpinteiros, marceneiros, cesteiros, ceramistas, caldeireiros. Toda a produção desses trabalhadores era vendida nas lojas das cidades.
É preciso lembrar que grande parte do trabalho na cidade era executada por escravos. Em sua maioria prisioneiros de guerra, eram eles os responsáveis por qualquer tipo de trabalho, desde os artesanais até os domésticos.
 O Direito Romano
Desde criança, o romano era educado para atender às necessidades do Estado e respeitar as tradições e os costumes. Uma série de normas regia a conduta dos cidadãos tanto na vida familiar como na vida pública. Daí surgiram leis que orientavam as relações entre os indivíduos. Reunidas, essas leis formaram códigos jurídicos, que deram origem ao Direito Romano.
O Direito Romano dividia-se em duas esferas: a pública e a privada. O Direito público era composto pelo Direito civil, válido para os cidadãos romanos, e pelo Direito estrangeiro, válido para os povos conquistados. O Direito privado regulava as relações entre as famílias.
O Direito foi uma das grandes contribuições dos romanos para as sociedades ocidentais. Seus fundamentos, adaptados e reelaborados, foram adotados por diversos povos, servindo de base até hoje para muitas sociedades.
 Literatura, arquitetura e arte
A mais conhecida obra literária dos romanos é Eneida. Ela foi escrita pelo poeta Virgílio, a pedido do imperador Augusto. A intenção de Virgílio em Eneida é glorificar a cidade de Roma. O livro, escrito em forma de versos, narra a lenda do herói troiano Enéias.
Segundo a história de Virgílio, Enéias teria fugido para a península Itálica depois da Guerra de Tróia. Lá, teria fundado Alba Longa, o reino pertencente ao avô de Rômulo e Remo, fundadores lendários de Roma.
A Roma declamada por Virgílio tinha a missão divina de proporcionar paz e vida civilizada ao mundo. O imperador Augusto, por sua vez, era o designado pelos deuses para tornar realidade essa missão.
A arte romana foi influenciada tanto por etruscos, um dos povos que ocuparam a península Itálica, quanto por gregos.
Na arquitetura, por exemplo, os romanos herdaram os etruscos o arco e a abóbada, que aperfeiçoaram, além de desenvolver novas técnicas de construção; dos gregos aproveitaram as colunas. Na escultura, as principais obras romanas foram as estátuas eqüestres e os bustos.
Religião
Entre os romanos, existiam dois tipos de cultos: o familiar e o público.
Os deuses protetores da família eram os Lares. Os bens e os alimentos estavam sob a proteção de divindades especiais, os Penates. Esses deuses eram cultuados pelo chefe da família junto à lareira, onde o fogo permanecia sempre aceso.
Durante as refeições, os romanos espalhavam junto ao fogo migalhas de alimentos e gotas de leite e de vinho, como oferendas às divindades. Com isso, acreditavam conseguir a proteção dos deuses. Nas festas familiares oferecia-se aos deuses o sacrifício de um animal (boi, carneiro ou porco), que depois era dividido entre todas as pessoas da família.
Além dos deuses ligados à família, havia os que eram cultuados pelos habitantes da cidade. O culto público era organizado pelo Senado. Com ele, os fiéis esperavam obter dos deuses boas colheitas ou vitórias nas guerras.
Os doze principais deuses de Roma correspondiam aos principais deuses gregos.
            Principais divindades: Júpiter (Zeus) - pai dos deuses, deus do céu; Juno (Hera) - mãe dos deuses, protetora das mães e esposas; Marte (Ares) - Deus da guerra; Vênus (Afrodite) - deusa do amor; Ceres (Deméter) - deusa da vegetação, das colheitas, da fertilidade da terra; Diana (Ártemis) - deusa da caça; Apolo (Apolo) - deus da luz, protetor das artes; Mercúrio (Hermes) - mensageiro dos deuses, deus das estradas, protetor dos comerciantes, dos viajantes e dos ladrões; Vulcano (Hefesto) - deus do fogo, protetor dos ferreiros e oleiros; Vesta (Héstia) - deusa do fogo doméstico, protetora da família e das cidades; Minerva (Atena) - deusa da sabedoria; Netuno (Posêidon) - deus dos mares.
 O cristianismo
No período imperial surgiu em Roma uma nova religião: o cristianismo. Monoteísta, essa religião pregava a salvação eterna, isto é, o perdão de todos os pecados e a recompensa de viver no paraíso após a morte. Seu deus era um só - Deus -, e Jesus Cristo, seu filho, era o messias que tinha sido enviado à Terra para difundir seus ensinamentos.
Segundo o Novo Testamento, Jesus Cristo nasceu em Belém, cidade próxima de Jerusalém, no tempo do imperador Augusto. Criado na religião judaica, passou a infância em Nazaré, pequena localidade da Galiléia, norte da Palestina.
Aos 30 anos, iniciou sua pregação, dirigindo-se da Galiléia para a Judéia. Com suas palavras, atraiu um grupo de discípulos, dentre os quais escolheu doze - os apóstolos - para segui-lo e difundir seus ensinamentos.
Por denominar-se o Messias, Filho de Deus, suscitou desconfiança entre judeus e romanos. Os judeus, que aguardavam a vinda do Salvador, anunciada no Antigo Testamento, não aceitavam Jesus como o Messias. Para as autoridades romanas, Jesus constituía uma ameaça ao poder do imperador. Julgavam que ele, ao dizer-se Filho de Deus, pretendia ocupar o lugar do imperador, principalmente porque tinha apoio popular.
Por esses motivos, Jesus foi preso e conduzido a Pilatos, governador romano que o condenou à morte. De acordo com o Novo Testamento, a execução na cruz realizou-se quando Jesus tinha 33 anos, em uma sexta-feira. Ainda de acordo com o Novo Testamento, Jesus ressuscitou no domingo, e os apóstolos começaram a difundir seus ensinamentos e a falar sobre sua vida.
Conta a tradição cristã que os apóstolos Pedro e Paulo chegaram a Roma e organizaram comunidades religiosas. Em 67, durante a primeira perseguição aos cristãos, movida por Nero, muitos foram torturados e mortos. Com as perseguições, os cristãos passaram a se refugiar em galerias subterrâneas, chamadas catacumbas. Esses lugares, onde se enterravam os mortos, eram considerados sagrados e, por isso, tinha-se em seu interior direito à segurança.
Vários fatores explicam a perseguição dos cristãos pelos romanos, mas o principal era o fato de eles se recusarem a adorar os deuses oficiais de Roma e a reconhecer a divindade do imperador.
Apesar das perseguições, o número de cristãos foi crescendo, conquistando adeptos em diferentes grupos sociais até tornar-se a religião oficial do Império Romano, em 391.
Por muito tempo, o cristianismo enfrentou a resistência dos imperadores romanos, que promoviam perseguições de seus adeptos.
Desapego aos bens materiais e amor ao próximo são alguns dos fundamentos do cristianismo. Com isso, conquistou seguidores principalmente entre as camadas populares de Roma. Com o tempo, sobretudo em decorrência das crises no império, o cristianismo difundiu-se também entre os ricos.
Em 313, por meio do Edito de Milão, o imperador Constantino concedeu aos cristãos a liberdade de celebrarem publicamente suas cerimônias religiosas. Em 391, o imperador Teodósio tornou o cristianismo a religião oficial do Império Romano.

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