domingo, 20 de março de 2011

6º ano: A PRÉ-HISTÓRIA

            Esta tem sido a denominação utilizada para o período compreendido entre a origem do homem sobre a Terra (há cerca de 2 milhões de anos) e o aparecimento da escrita (por volta de 4.000 a.C.) e das primeiras civilizações.
                Origem do Homem:
Ú      Como se deu a evolução do ser humano até o homem atual?
A hominização é um processo que explica a evolução do grupo dos hominídeos (ou homínidas) até chegar ao homem atual. O homem atual origina-se de um grupo derivado dos prossímios, denominado hominóide. Os hominóides geraram duas linhas evolutivas diferentes de seres vivos. Da primeira linha, a dos pongídeos, derivam os atuais macacos, orangotangos, gorilas e chimpanzés. A segunda linha evolutiva é a dos hominídeos, de onde procede o homem atual.
Ú      Fontes da pré-história
O estudo das fontes da pré-história nos permite conhecer como vivia o homem naquela época. Os objetos a ele relacionados, antes dos documentos escritos, são as fontes arqueológicas pré-históricas. Os objetos conservados são muito escassos e constituem apenas uma parte mínima dos que realmente existiram. Esses vestígios aparecem bastante destruídos, enterrados sob várias camadas de terra e para datá-los, existem vários sistemas. O mais antigo consiste em relacioná-los com a data que os geólogos atribuem ao terreno onde foram encontrados. Os métodos mais modernos consistem em analisar os elementos químicos presentes nos objetos.
Ú      A teoria da evolução
O cientista e naturalista Charles Darwin é considerado o pai do evolucionismo. Essa teoria explica que, dentro de um mesmo grupo de seres, ocorre uma seleção natural. Essa seleção consiste na idéia de que os membros mais fortes sobrevivem e deparassem os mais fracos. Isso faz com que nasçam seres mais resistentes e mais adaptáveis ao meio que os rodeia.
Ú      Origem e evolução do homem
Em plena era dos dinossauros, surgiu na Terra um primata que caminhava com as quatro patas e era antepassado comum dos atuais macacos e dos homens. Posteriormente apareceu um novo hominídeo (homínido), que já era capaz de erguer-se na posição vertical. Tinha o cérebro mais desenvolvido e utilizava os membros superiores para colher ramos e pedras e, numa etapa evolutiva posterior, para fabricar seus próprios utensílios.
Ú      As mudanças físicas
Até adquirir o aspecto atual dos seres humanos, os hominídeos sofreram uma série de mudanças físicas, sobretudo em relação à sua capacidade craniana e ao desenvolvimento do cérebro. A capacidade craniana do Australopithecus era de 600 cm³. A do Homo erectus era de cerca de 1.000 cm³ com grandes arcos superciliares e a mandíbula robusta. O Homo sapiens tinha uma capacidade craniana de 1.450 cm³, igual à do homem atual, com a testa afundada, ausência de queixo e arcos superciliares muito salientes.
-          Australopithecus Antepassado direto do homem é um dos hominídeos mais antigos (tem, aproximadamente, 4 milhões de anos). Eram seres de aspecto muito primitivo e com uma estranha mescla de características humanas e símias, possuindo já uma arcada dentária e um esqueleto idêntico aos do homem atual. Além disso, andava sobre dois pés (liberando as mãos) e possuía um cérebro pequeno, porém, maior que dos antropóides (chipanzé e gorila). Seus vestígios procedem da África.
-          Homo habilis (1,8 milhão de anos) O primeiro representante do gênero Homo. Seus restos foram encontrados na África. Tinha capacidade craniana maior e utilizava instrumentos de pedra pouco trabalhados para diversos fins, além de já ter domínio sobre o fogo, incluiu a carne em sua dieta pela caça de animais.
-          Homo erectus Existiu entre um milhão de anos (os restos mais antigos) e 500 mil anos atrás (os mais modernos). Dele descendem todas as raças humanas existentes, sendo este o primeiro a abandonar a África, com seu nomadismo, espalhando-se pelo mundo. Antes de chegar à espécie atual, o Homo sapiens, passou por transformações, como atestam os fosseis de Neanderthal, na Alemanha. O Homo erectus, uma espécie originária da África, foi o primeiro grupo humano que se espalhou pelo planeta, devido à contínua necessidade de encontrar novos territórios de caça. A partir da África Oriental, o Homo erectus começou sua imigração para a Eurásia. Foram encontrados restos fósseis na Argélia, Marrocos e outras áreas da África. Na Indonésia, foram descobertos fósseis na ilha de Java e também no Oriente Médio e na China. Na Europa, o Homo erectus espalhou-se pela França, Itália, Espanha, Alemanha e Áustria. O conjunto de vestígios mais numerosos foi encontrado em 1923 na cova de Chu-ku-tien, perto de Pequim, na China.
-          Homo sapiens neanderthalensis Viveu na Europa, Oriente Médio e África e viveu sobre a Terra cerca de 100 a 300 mil anos atrás.
-          Homo sapiens Os vestígios mais modernos são os do Homo sapiens sapiens. Os mais conhecidos são os descobertos na Europa, em Cro-Magnon, na França. Provavelmente faziam uso de linguagem mais elaborada que seus ancestrais. Há 40 mil anos atrás, ocorreu a última glaciação, chamada também de Era do Gelo, pois grandes áreas foram cobertas por geleiras, concentrando água causando o abaixamento dos oceanos e mares. Entre 50.000 e 13.000 a.C. povos do tipo Homo sapiens sapiens teriam migrado da Ásia para a América, fazendo a travessia do estreito de Bering, levando ao povoamento do continente americano.
                Portanto, independentemente de crenças religiosas, pesquisas científicas têm apontado que todos os seres humanos descendem do mesmo ancestral comum, o hominídeo, cujos fósseis mais antigos foram localizados no continente africano, berço da humanidade.
A Atividade Humana e os Períodos Pré-Históricos:
A Pré-História pode ser dividida tradicionalmente em dois grandes períodos: Paleolítico e Neolítico. Mas esta divisão é somente válida para o Velho Mundo, isto é, para África, Ásia e Europa, uma vez que o homem povoou primeiramente estas regiões do planeta. Veja alguns exemplos:
§         No Oriente Médio, tem-se a passagem da Pré-História para a História em +/- 5.000 a.C;
§         Na Europa, em +/- 900 a.C.;
§         Na América, em +/- 500 a.C., para povos como Astecas, Maias e Incas. Já os outros povos indígenas nômades somente em fins do séc. XV (d.C.), quando os europeus chegaram ou ainda hoje há comunidades indígenas Amazônicas que vivem na Pré-História.
1. PALEOLÍTICO ou IDADE DA PEDRA LASCADA (cerca de 2 milhões de anos a +/- 10.000 a.C.):
                Este período se caracteriza pela fabricação de instrumentos de pedra a partir de lascas. Tirando lascas de pedras faziam lanças, facas e machados, utilizados para obter frutos, raízes e rasgar a carne de animais caçados. No final deste período são inventado o arco e a flecha.
Como se pode notar, os homens do Paleolítico vivia basicamente da caça e da coleta de vegetais, assim podemos chamá-los de caçadores-coletores. Como nada produziam, dependendo exclusivamente da natureza, quando as fontes de alimentos se esgotavam tinham que procurar novos lugares, fazendo com que fossem nômades. Para se abrigar, utilizavam cavernas ou abrigos feitos de galhos e peles. Num ambiente e clima hostis, as tarefas das pequenas comunidades que
se formavam eram divididas por sexo. O homem, pela sua constituição física, se dedicava à pesca e à caça de animais selvagens. As mulheres se encarregavam de recolher frutos silvestres, cuidar dos filhos e acender o fogo para cozinhar os alimentos.
Vivendo em pequenos grupos desenvolvem a linguagem oral e a arte, pintando animais nas paredes de cavernas e realizando rituais para favorecer a caça.
                A grande descoberta do período esta no domínio do fogo, que possibilitou o homem obter luz à noite, cozinhar alimentos e a produzir utensílios de cerâmica e sobreviver as interpéres, como as glaciações que passaram a transformar as paisagens do planeta no final do período.
2. MESOLÍTICO (cerca de 10.000 a.C. a +/- 8.000 a.C.):
                Período de transição entre o Paleolítico e o Neolítico. Começa a domesticação de animais e o cultivo de algumas plantas, dando inicio a sedentarização do homem.
                Durante este período ocorre a última glaciação no planeta, trazendo grandes mudanças como o surgimento dos grandes desertos no Oriente Médio e na África e o congelamento de grande parte dos oceanos e diminuição do nível do mar.
3. NEOLÍTICO ou IDADE DA PEDRA POLIDA (+/- 8.000 a.C a +/- 4.000 a.C.):
                Marcado pelo processo de sedentarização do homem, o qual passa a dominar técnicas agrícolas e de criação de animais, formando-se os primeiros núcleos urbanos a partir da organização de tribos, o que é conhecido como Revolução Neolítica.
                O processo de deglaciação e as mudanças climáticas dela decorrentes leva o homem a se estabelecer nos vales dos grandes rios onde as condições agrícolas eram mais favoráveis.
                Os utensílios foram aperfeiçoados, com o polimento da pedra, inventando a roda e confeccionando tecidos. Passa-se a construção de moradias de barro e pedras e desenvolvem-se meios de transporte com aplicação de tração animal. Tais avanços permitiram a organização e a divisão do trabalho, produzindo-se excedentes.
                O homem desenvolvem também sua religiosidade, adorando forcas da natureza e cultuando os antepassados. Na arte pinturas complexas e geométricas em cerâmica e esculturas de baixo-relevo e estátuas.
4. IDADE DOS METAIS (por volta de 5.000 a 4.000 a.C.):
                Corresponde ao período final do Neolítico, quando se desenvolve o uso de metais: cobre, estanho, prata e ouro. Com a técnica da fundição de bronze (mistura de cobre e estanho) foi possível substituir a pedra na confecção de armas e utensílios mais resistentes. O domínio da metalurgia do ferro conferiu superioridade militar e favoreceu os povos mais adiantados na conquista de melhores terras.
                A produção de excedente na agricultura resultou na liberação de indivíduos da tribo para se dedicaram a outras atividades, surgindo assim, trabalhadores especializados como ferreiros, ceramistas, tecelões, etc. ao mesmo tempo surgiram às disputas pelo excedente ou sobra. Os vencedores se apropriavam das terras e dos bens do vencido, nascendo a propriedade privada e a desigualdade social entre os homens. Acumulando riqueza e poder os vencedores passaram a impor sua vontade ao restante da população por meio da organização do Estado (governo).
                Neste contexto, verificou-se a necessidade de registrar as atividades como semeadura, colheita e pagamento de tributos. Os homens criaram então, um sistema de sinais ao qual damos o nome de escrita.
                Todo este processo se desenvolveu primeiramente na região denominada Crescente Fértil, compreendida entre o nordeste da África e o Golfo Pérsico, muito fértil pela ação dos seus rios, onde surgiram as primeiras civilizações antigas.
VICENTINO, Cláudio. História Integrada. São Paulo: Scipione, 1995.
BOULOS, Alfredo. História Geral. São Paulo: FTD, 2000.
SCHIMITD, Mario. Nova História Critica. São Paulo: Nova Geração, 2001.

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